DOAÇÃO PARA A IGREJA MULTINACIONAL DO REINO DE DEUS

BANCO CAIXA:AGÊNCIA;1433 CONTA 023 7015-3 OU ATRAVÉS DO BOTÃO DO PAGUE SEGURO:
FONE DO ESCRITÓRIO DE REPRESENTAÇÃO NO BRASIL (87)3847-1310.peça já seu carnet de contribuição da igreja multinacional de deus pela nossa central telefõnica (87)3847-1310,ou deposite direto em nossas contas correntes dos seguintes bancos: banco do brasil agência 2699-9 conta corrente 12809-0 ou pelo banco caixa: agência 1433 conta corrente 023 7015-3 OU BANCO SANTANDER AGÊNCIA 4064 CONTA CORRENTE 1.019516-3 OU PEÇA SEU BOLETO PELO S.A.C. (87)3847-1310 CENTRAL DE ATENDIMENTO AO LEITOR (87) 3847-1310 OU (87) 9938-9116

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Jesus Cristo mal acompanhado

IGREJA MULTINACIONAL DO REINO DE DEUS,É APENAS UMA SÁTIRA,DO LEU LEUTRAIX AS IGREJAS.
O resultado dessa prática medieval de tortura é brincadeira de pirralho se comparada ao semblante dos 

coitados que frequentam as Igrejas desses neo-vigaristas. Basta ligar a televisão a qualquer hora do 

dia ou da noite para conferir a pasta informe em que essa gente é transformada.

Nenhuma usurpação foi tão brega, nem tão ostensivamente picareta e poderosa.  Bispos, pastores, 

apóstolos. Uma legião de assombrações medievais passa o dia inteiro fazendo malabarismos na 

televisão. A má fé é tão explícita que chega – no mínimo - a constranger. Eu fico constrangido.

Tem um cara que usa um chapelão de caubói e faz cadeiras de rodas voarem de sua Igreja como se fossem 

pipocas numa panela quente. Você olha aquilo, e pensa: eu não compraria um carro usado desse sujeito. 

Como é que ele pode curar paralíticos?  Outro parece que está lidando com crianças do pré-primário 

(metido a paizão), ele é todo delicadeza ao ensinar os trouxas a pagarem o dízimo pela intercessão do 

Senhor Jesus e através de abençoados boletos bancários. No Código Penal, isso tem nome: estelionato.

Têm uns que dissimulam ataques epiléticos, enrolam a língua e atribuem o “idioma” ao Espírito Santo. 

Só falam português claro na hora de enfiar a mão na carteira dos incautos. Inacreditável.  E têm 

aqueles que usam cintos e sapatos brancos, que se dizem ex-pais de santo convertidos à palavra do 

Senhor. Sem falar nas versões pagode, rap, axé e o diabo a quatro que desfilaram na Marcha para 

Jesus. Que tristeza.

Cadê o Ministério Público?

Igrejas, estádios de futebol, praças, ex-cinemas lotados. A “bispa” Sônia Hernandez e o seu marido, o 

“apóstolo Estevam”, são a síntese de todos eles. São de amargar: a estimativa da PM sugere que um 

milhão de trouxas marcharam com o pobre Jesus diretamente do Campo de Marte para a conta corrente do 

casal condenado por contrabando de dinheiro. Até nas fraldas do netinho da bispa encontraram bufunfa 

sonegada. E se a PM estimou um milhão, podem contar pelos menos três ou quatro milhões de alucinados 

pagando para ser enganados ... pelo diabo. Quem mais?
  
Existe um estudo que diz que, dentro de dez anos, metade da população brasileira será neopentecostal. 

Sabem o que isso quer dizer?

Que 99% da outra metade estará pastando em cercadinhos politicamente corretos. E o 1% restante ( 

estou sendo otimista) será discriminado, censurado e perseguido. Trevas.

Nem preciso falar que essa gente não tem um pingo de humor. Eles trazem a corrupção, o bafio podre de 

suas alminhas vendidas lá nos quintos dos infernos diretamente para os horários comprados na 

televisão - e lotam seus templos diabólicos. Na maior cara de pau, distorcem as palavras do pobre 

Jesus como se aleijassem suas parábolas. Maldita bíblia que parece que foi escrita para ser mal 

interpretada.

O Jesus da bispa Sônia não paga imposto. Às vezes ele se trai e deixa de pregar gentilezas para 

efetivamente latir, quer comprar o mundo e não faz questão de esconder a volúpia. Ou é na base do 

amém, ou na base da porrada. Os estelionatários gritam, ameaçam, têm os melhores advogados. Anotem. 

Se a justiça dos homens não frear imediatamente a ambição desses malucos fundamentalistas, as trevas 

virão mais sombrias e ameaçadoras do que no tempo dos esmagadores de crânios medievais.

E o pior de tudo: eles enfeiam suas mulheres, as destituem de tesão e as transformam em urubus 

encalacrados – extirpam o clitóris de suas almas submissas. Põem suas filhas para estudar nas Unibans 

da vida. O Jesus deles caminha sobre um mar de merda, e reproduz peixes que morrem por falta de ar e 

na ignorância plena da breguice e da feiúra eternas. Sinceramente, dá medo.

Uma carta enviada ao Painel do Leitor da Folha de S. Paulo, por Vanderlei de Lima, da cidade de 

Amparo-SP, traduz esse horror em poucas palavras. Eu acho que esse cara é um gênio. Sem querer, ele 

encerrou toda essa lenga-lenga religiosa e traduziu as verdadeiras intenções desses picaretas que 

arrastam legiões de otários para o obscurantismo e a conta corrente deles. A carta fala do Sudário de 

Turim. Vejam só.

"A propósito da notícia veiculada em 7/10 dizendo que o Santo Sudário seria invento medieval, devo 

notar que compete mesmo à ciência investigar essa peça arqueológica, tida como a mortalha de Cristo, 

como vários cientistas o fizeram, concluindo pela sua veracidade. Contudo, mesmo se verdadeira, a 

peça será sempre um apêndice para a fé na ressurreição corporal do Senhor Jesus, pois esta não se 

fundamenta em relíquia nenhuma, mas na palavra de Deus. Caso o milagre da ressurreição fosse uma 

fraude, tal fraude, que já dura 20 séculos, seria mais milagrosa do que o próprio fato da 

ressurreição em si."

FRAUDE! Taí a lógica escarrada dos neopentecostais. Embora o Sudário seja uma relíquia (leia-se 

picaretagem católica), a engrenagem da trapaça é a mesma. A leitura é a seguinte: somos uns 

estelionatários, picaretas, contrabandistas, mentirosos e filhos da puta, mas também somos a prova 

viva de que Jesus

* Considerado uma das grandes revelações da literatura brasileira dos anos 1990, formou-se em 

Direito, mas jamais exerceu a profissão. É conhecido pelo estilo inovador e pela ousadia, e em muitos 

casos virulência, com que se insurge contra o status quo e as panelinhas do mundo literário. É autor 

de Proibidão (Editora Demônio Negro), O herói devolvido, Bangalô e O azul do filho morto (os três 

pela Editora 34) e Joana a contragosto (Record), entre outros.

Outros textos do colunista Marcelo Mirisola*

TEXTO: MARCELO MIRISOLA

Nenhum comentário: